Não era preciso esperar tanto tempo. Tanto barulho. Estava cego, porém não surdo.
Apontavam o caminho a dizer: - É por aqui!
Insegurança enraizava em Terras secas e áridas e não conseguia sair do lugar. Preso na escruzilhada.
E outros diziam: - Não, é por ali! - Não, é por aqui! - É por ali!
Paralisado, só e desesperado por qualquer sinal. Disse: - Pra onde ir?
A confusão se mantinha. Ninguém o escutava, somente ele ouvia.
Encolheu-se falando baixinho como quem reza por algo. Houve silêncio. Finalmente os outros tentavam entender o que ele murmurava. Quietude absoluta.
Trêmulo por medo das reações, dizia baixinho: - Arranquem de mim os ouvidos!
E nada! Inseguro.
Continuava na encruzilhada.
Aperto terrível no coração pensava se havia outra saída.
De repente sentiu algo que o impulsionava de dentro para fora e gritou o máximo que pode: - ARRANQUEM DE MIM OS OUVIDOS!!!
E ensurdecido fez suas próprias escolhas. Decidiu seus caminhos, enfim.
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