sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma preguiça de existir, 
Um querer só dormir, 
Sem pesadelos mortais. 
Um cansaço visceral, 
Um quê de fatal adeus, 
A todos estes restos meus.
Renascer em outra escala,
Sem tantas dores dorsais,
Sem distúrbios visuais,
Sem confusões auditivas,
Sem panes pineais.
Ascender de patamar,
Com asas ao invés de pés,
E por sagrada alquimia,
Uma alquímica estrutura,
Em material imperecível,
Ao invés do poroso pilar,
Que me verga dia-a-dia.
E dançar, voar, amar
Leve, livre, airosa, plena,
Cabelos como melenas,
Asas como falenas,
No corpo ressurreto
De nova criatura,
Finalmente
Serena!

(Fátima Irene Pinto )

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