terça-feira, 2 de outubro de 2012

"Eu estava mexendo no violão, 
comecei a fazer a melodia, 
e a primeira coisa que apareceu foi exatamente cidade submersa,
isolada de tudo... 
Porque cantarolando parecia cidade submersa, 
parecia que a música queria dizer isso.
E eu tinha que ir atrás depois,
tinha que explicar essa cidade submersa,
tinha que criar uma história.
Aí eu coloquei esses escafandristas e esse amor adiado,
esse amor que fica pra sempre, né?
Essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde,
que não desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios,
e aquele amor vai ficar até debaixo d’água e vai ser usado por outras pessoas.
Amor que não foi utilizado. Porque não foi correspondido,
ele ficou ímpar,
pairando ali, esperando que alguém o apanhe e complete a sua função de amor."


(Chico Buarque)

Nenhum comentário:

Postar um comentário