terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ouvi sons de mulheres que partem de madrugada e chegam depois do anoitecer; ouvi rumores nas ruas de que há mulheres andarilhas em busca do que fazer; ouvi vozes quase sumidas em todas as filas; ouvi dizer que há homens que assumem lugares que a sociedade nunca lhes determinou que fossem seus; ouvi vozes roucas de mulheres chamadas de loucas porque de alguma forma foram obrigadas a tomar os lugar
es dos homens; ouvi os gritos de mulheres nas passeatas, nas manifestações, e seus pesares na política, na filosofia, nas artes, na sociologia, e em tantos lugares quantos a humanidade inventou.

Por um momento fechei os olhos. Ouvi seus passos chegando diante dos meus olhos meios turvos no dia que ainda não estava nascendo.
Ouvi sua mão cortando o ar com suavidade; senti o calor da proximidade; percebi o aconchego; abracei e fui abraçado em uma viagem de retorno, desembaraço do tempo, um deslocamento no espaço que tem cheiro e mais do que afeto.

Tem amor de Mãe

(autor desconhecido)

Nenhum comentário:

Postar um comentário