quinta-feira, 13 de junho de 2013

Um dia se cansa de insistir no amor. As delicadezas dos bordados em iniciais se esboroam, os enxovais viram pano de chão, e a gente vai arrumar o que fazer. Os momentos bons seguem para o álbum de figurinhas, e a espera que o tempo se instale, corrosivo, colocando pó nas lembranças, é o que o corpo cansado deseja, com insistência. Depois, a ampla, a grande, abundante solidão. Solidão inteira: de casa grande sem eco, de pratos sem bocas, de redes paradas. Depois, o sono, a letargia, o abandono. Sim, porque todo amor que acaba deixa a sua marca de abandono dilatada. Por que todo amor que acaba é de um mau gosto e de uma dor insuportáveis. Por que o amor sempre pede muito e não dá nada, nada, nunca.

( Lidi )

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