sexta-feira, 17 de agosto de 2012

(...)
Se penso, tudo me parece absurdo; se sinto, tudo me parece estranho; se quero, o que quer é qualquer coisa em mim.
Sempre em mim há acção, reconheço que não fui eu.
Se sonho, parece que me escrevem.
Se sinto, parece que me pintam.
Se 
quero, parece que me põem num veículo, como a mercadoria que se envia, e que sigo com um movimento que julgo próprio para onde não quis que fosse senão depois de lá estar.
(...)

(Bernardo Soares)

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