segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sei que é Amor, meu amor…porque o desejo 
o meu próprio desejo tão violento, 
dir-se-ia ter pudor, ter sentimento, 
quando estás junto a mim, quando te vejo. 
É um clarim a vibrar como um harpejo, 
misto de impulso e de deslumbramento.

Sei que é Amor, meu amor…porque o desejo
é desejo e ternura a um só momento.

Beijo-te a boca, as mãos, e hei de beijar-te
nessa dupla emoção, (violento e terno)
em que a minha alma inteira se reparte,

- e a perceber em meu estranho ardor,
que há uma luta entre o efêmero e o eterno,
entre um demônio e um anjo em todo Amor!

(J. G . de Araujo Jorge)

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