segunda-feira, 20 de agosto de 2012

SOU ESSA FLOR



Tua vida é um grande rio, vai caudalosamente, 
a sua beira, invisível, eu broto docemente. 
Sou essa flor perdida entre juncos e achiras 
que piedoso alimentas, mas acaso nem olhas.

Quando cresces me levas e morro em teu seio,
quando secas morro pouco a pouco no lodo;
Mas de novo volto a brotar docemente
quando nos dias belos vais caudalosamente.

Sou essa flor perdida que brota nas tuas margens
humilde e silenciosa todas as primaveras.

(Alfonsina Storni)

(Tradução de Héctor Zanetti)

Nenhum comentário:

Postar um comentário